Cidades Inteligentes
O que são cidades inteligentes
Segundo a união Européia, Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.
São cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural, que atuam de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas e utilizam tecnologias para solucionar problemas concretos, criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação.
Imagem: site Ecoparking, cidade de Cingapura, a mais inteligente do mundo segundo o Índice de Cidades Inteligentes inaugural do IMD.
Com a transformação digital avançando a cada dia, um dos temas mais atuais é a criação das cidades inteligentes pelo mundo.
A princípio, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities, em 2015, foi elaborada pela Urban Systems uma parceria com a Necta, com o objetivo de reconhecer as cidades com mais de 50 mil habitantes no nosso país que tivessem potencial em se tornar inteligentes.
Nesse sentido, você sabe quais são os requisitos para uma cidade ser classificada como “cidade inteligente”?
Primeiramente é necessário que alguns eixos temáticos sejam o foco de desenvolvimento, são eles:
Mobilidade
Urbanismo
Meio Ambiente
Energia
Inovação
Economia
Educação
Saúde
Segurança
Empreendedorismo
Governança
Definir o que é uma cidade inteligente (ou smart city) não é das tarefas mais fáceis. Não há apenas um critério para avaliar os municípios, já que o conceito fala na multiplicidade de características. A economia pode ser forte, mas é preciso também distribuir riqueza de forma minimamente justa. Não basta gerar emprego e renda se a poluição ameaça a saúde da população. Dar acesso à tecnologia não é suficiente se os problemas de mobilidade não estão resolvidos.
Para auxiliar no entendimento desses conceitos, o IESE Business School, da Espanha, criou o Cities Motion Index. O ranking leva em conta 10 critérios para listar as cidades de acordo com seu nível de inteligência. No último relatório, publicado neste ano, Nova York foi a campeã mundial, seguida de Londres e Paris. Entre as cidades brasileiras, São Paulo é a melhor colocada, em 116º. Veja abaixo quais são os critérios e quais cidades se destacam em cada um deles.
Capital humano : Atrair e reter talentos em diferentes áreas deve ser um dos objetivos de uma cidade inteligente. Há um consenso internacional de que o acesso à cultura e o nível de educação são parâmetros importantes para medir o capital humano. Por isso, indicadores como o percentual da população com educação secundária ou superior, número de universidades, escolas, museus e galerias de arte, além dos gastos com lazer da população, são levados em conta. No ranking, a cidade campeã de capital humano é Londres.
Coesão social: O ranking considera como coesão social o grau de coexistência entre grupos de pessoas com diferentes rendas, culturas, idades e profissões. Faz-se uma avaliação de fatores como imigração, desenvolvimento das comunidades, cuidados com o idoso, eficiência do sistema de saúde, inclusão pública e segurança. Indicadores como criminalidade, saúde, taxas de desemprego e distribuição de renda, entre outros, são levados em conta. Quem leva a melhor é Helsinki, capital da Finlândia. O curioso é que esse é o calcanhar de Aquiles de Nova York: a megalópole americana está na 109ª posição em coesão social.
Economia: Aqui avalia-se tudo que possa promover o desenvolvimento econômico do território, como planos locais para a indústria, inovação e iniciativas empreendedoras. Os indicadores para o cálculo do ranking incluem o PIB da cidade, a produtividade e o tempo necessário para iniciar um negócio, entre outros. Os americanos se destacam nessa categoria: Nova York lidera, e outras cinco cidades dos Estados Unidos estão entre as 10 melhores (Los Angeles, San Francisco, Houston, Dallas e Chicago).
Governança: Nesse critério, o ranking leva em conta a eficiência, qualidade e estabilidade das intervenções estatais. As reservas econômicas das cidades, certificações que comprovem a qualidade de seus serviços e a percepção de corrupção estão entre os indicadores no cálculo do índice. A cidade campeã de governança é Berna, capital da Suíça. Os europeus, aliás, são donos dos melhores indicadores nesse quesito: outras cinco cidades do continente estão no top 10 (Genebra, Londres, Helsinki e Zurique).
A bela Berna, na Suíça, é campeã mundial em governança — Foto: Divulgação
Meio ambiente: Crescer de forma sustentável é a principal preocupação de quem se destaca nessa categoria. A ONU definiu essa questão quando afirmou que ela se refere ao “desenvolvimento que supre as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações suprirem suas necessidades”. Índices de poluição e de emissão de gás carbônico e metano, além do acesso à água potável da população, estão entre os indicadores levados em conta. Reykjavik, capital da Islândia que ocupa a 5ª colocação no ranking geral, é a campeã em meio ambiente.
Mobilidade e transporte: A IESE Business School elenca dois desafios principais nesse quesito: facilitar a movimentação nas cidades e ampliar o acesso aos serviços públicos. A cobertura dos sistemas de metrô, sistemas de compartilhamento de bicicletas, tempo médio de deslocamento para o trabalho e índices de tráfego são os principais indicadores. Paris está no topo em mobilidade, seguida por Londres, Seul, Nova York e Shanghai.
Planejamento urbano: Sustentabilidade é a palavra-chave para definir o critério de planejamento urbano. Indicadores como o percentual da população com acesso ao saneamento básico, número de pessoas por moradia e número de edifícios construídos na cidade são considerados aqui. Nova York, a campeã geral do ranking, também lidera essa categoria. Toronto, Paris, Vancouver e Chicago vêm logo atrás.
Conexões internacionais: O impacto global de uma cidade é medido por esse quesito. Sua marca e reconhecimento internacional por meio de planos estratégicos de turismo, além da capacidade de atrair investimentos estrangeiros, são aspectos decisivos. Alguns dos indicadores usados no levantamento são o número de aeroportos, hotéis e conferências e congressos sediados na cidade. Nesse critério, destaca-se Paris como líder internacional. É nas conexões internacionais que São Paulo tem seu melhor desempenho, ocupando 28º lugar.
Paris é destaque em mobilidade e em impacto global — Foto: Divulgação
Tecnologia: No relatório do Cities Motion Index, o acesso à tecnologia é tratado como um aspecto decisivo para melhorar a qualidade de vida da população. Os principais indicadores são o percentual de lares com acesso à internet, à banda larga e à telefonia móvel, além da pontuação da cidade no Innovation Cities Program, que mede o nível de inovação da cidade. Os asiáticos se destacam nessa categoria, com Hong Kong como a primeira colocada e outras quatro no top 10 (Singapura, Dubai, Abu Dhabi e Seul).